terça-feira, 6 de outubro de 2009

NO MUNDO DO SAMBA






DA BOCA DO MATO PRA FEIRA E PRO SAMBA



Murilo de Oliveira, nascido no Rio de Janeiro, o “Murilão”, antes de tudo um compositor do samba; do partido alto, ao samba exaltação, mais de 300 composições, muitas gravadas por cantores e compositores como Martinho da Vila, Almir Guineto, Zeca Pagodinho, Quinteto em Branco e Preto, Almirzinho, JB Samba, e ai por diante. No começo, Diretor de Bateria da "Aprendizes da Boca do Mato" depois adentrou inclusive no terreiro “Azul e Branco” no Salgueiro (A Azul e Branco) é uma das três escolas de samba formadoras do Salgueiro aonde conheceu Almir entre outros bambas. Contemporâneo de grandes sambistas, João Nogueira, Roberto Ribeiro, Mussum, Beto sem Braço, Wilson Moreira, Zé Kéti.
Tem seu lado folclórico, é uma lenda viva das famosas "pernadas" de Lucas no Rio de Janeiro. Engraxate, doqueiro, feirante, punguista, contraventor de jogo do bicho, só quem tinha tempo de sobra participava das reuniões, e apostas eram feitas pra se ganhar ou perder o dia.
Partideiro histórico nas rodas de partido alto ganhou de Martinho da Vila o apelido de "perna bamba”, ou seja, um grande jogador de "pernada" espécie de capoeira jogada pelos bambas nos guetos cariocas. Em que participavam os grandes batuqueiros chamados de "pernas” como Timboca, Juarez, Ailton Cuiqueiro, todos da Boca do mato, e Valdô Tigre, da Agua Santa, Jonjoca e Xisto da Cachoeirinha entre outros Bacalhau, Waldir Lua, Tidoca Cabuçu.
A roda começava e a famosa batucada, samba pesado, ginga pra lá ginga pra cá, a roda abre, o malandro ia buscar o cara lá fora e trazia para o meio, pra meter pernada nele, então se via neguinho subir um metro de altura, e então o cara descia e esborrachava no chão, muitas vezes já querendo achar a navalha escondida pra riscar o oponente, mas só ficava em pé quem era bom mesmo, bom de pernada, bom de ginga, bom de samba, tudo calangueado pra provar quem ficava na moral virava o “encarregado” da turma, quem dava ordens, quem arrepiava só de aparecer... Murilão diz que nunca voltou amassado pra casa!
Aqui em São Paulo existiam as “umbigadas” similares as do Rio. E também marginalizadas pela policia.
Foi um dos fundadores da Rua do Samba, na General Osório junto com Miguel da Contemporânea (recém falecido) todos sábados surgiam grandes sambistas de São Paulo do Rio, e a versação começava na batida do pandeiro, e as platinas faziam um burburinho devagar, devagarinho, fraquinho ia saindo, só ficava gente grande como Armando da Mangueira, Boca nervosa, Silvio Modesto ate tudo terminar numa cerveja gelada ou então nas famosas Caldeiradas de Mocotó que Murilão fazia pra um batalhão, acostumado que estava a fazer grandes feijoadas nas Escolas de Samba.
Se alguém quiser conhece-lo, ainda hoje aos sábados aparece e da uma canja nos bares locais, mas acabaram as rodas de partido alto e os famosos Panelões do Murilão.


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